Capítulo 2: Serena

Capítulo 1 – Huntail

Capítulo 3 – Memórias

Olhei em meu redor, desesperado, consegui encontrar uma pequena abertura no círculo que aqueles Pokémon fizeram para rodear-me. As chances de passar pela abertura eram muito reduzidas, mas era a única maneira de sobreviver.

Pedi a Wailmer para voltar à Pokébola e comecei a correr sem hesitar, consegui passar pela abertura antes de um dos 10 Pokémon me devorar e nunca mais olhei para trás.

Depois de uma hora a correr, ainda estava na cidade, comecei a ouvir passos, temia que fosse um Pokémon, mas era apenas uma rapariga da minha idade.

Estava a chorar, quando reparou na minha presença os olhos dela quase saíram das suas órbitas, mas foi então que fez algo que me surpreendeu, ela abraçou-me. Não sabia o que lhe dizer, por isso, mantive-me calado.

Depois de algum tempo soltou-me dos seus braços, envergonhada, disse:
-Olá… O meu nome é Serena.

Fiquei completamente aterrorizado, aquele fora o nome que disse quando ouvi um grito feminino.
-O meu nome é Henri. – Disse eu.

Serena limpou as lágrimas e forçou um sorriso. Ela tinha olhos cinzentos, que me faziam lembrar a lua, o seu cabelo era comprido e a sua cor estava entre castanho e dourado, as suas roupas variavam entre os tons de vermelho, preto e rosa. Se tivesse de dar uma descrição do que eu achava que seria uma rapariga bonita, descreveria Serena.

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-Porque é que vieste para aqui com estes Pokémon aterradores por toda a cidade? – Perguntei.

Ela olhou para mim, talvez a ponderar se me dizia o que achava.
-Ouvi o grito de uma criança… – Disse ela, a sua voz era familiar, mas rapidamente lembrei-me que apenas a tinha ouvido há pouco tempo, na casa de Marlon.

Senti-me envergonhado por só ter arriscado a minha vida quando ouvi o grito de Serena e não arrisquei pela criança.
-Sabes onde a criança está? – Perguntei eu.
-Se soubesse ela estava comigo. – Respondeu ela, fazendo-me sentir que tinha feito a pergunta mais estúpida do mundo – Temos de nos separar para encontrar a criança, usa este Pokémon para me avisares se vires alguém.

Aceitei a Pokébola que Serena me ofereceu e comecei a correr para o lado oposto dela.

Meia hora depois de ter começado a correr sentia-me prestes a desmaiar, lembrei-me que ultimamente andava a correr demasiado e que o meu corpo não aguentava tanto esforço, tive de largar o meu casaco no chão para perder algum peso nas costas.

Ouvi o rugido de um Pokémon semelhante a Garchomp, mas não podia voltar atrás, tinha de encontrar a criança, o meu maior receio tornou-se realidade, assim que avancei encontrei dois Pokémon.

Garchomp

Sabia que o meu Wailmer não poderia ser eficaz contra estes Garchomp, por isso, decidi usar o Pokémon que Serena emprestou-me.

Lancei a Pokébola e o Pokémon que saiu foi um Lucario, ficou muito alegre quando me viu e eu decidi retribuir-lhe a simpatia passando a mão pelo seu focinho.

Pensei em utilizar o Pokédex para identificar os ataques dele, mas tinha a certeza que os Pokémon semelhantes a Garchomp não iriam esperar, por isso, ordenei a Lucario para usar um ataque.

O ataque que ele usou consistia numa bola de energia azul pequena que, depois de acumulada toda a energia, a bola era lançada para os oponentes.

Aura Fic

Fiquei totalmente surpreendido quando os Pokémon foram derrotados apenas com aquele ataque, alegre com a sorte que estava a ter nas últimas 24 horas, decidi voltar a correr em busca da criança e pedi a Lucario que voltasse para a Pokébola, reparei que uma luz tinha brilhado nas minhas costas, mas não olhei para trás.

Corri durante 4 horas, olhei para o meu relógio, eram 3:00, tinha de me apressar. Lembrei-me que não sabia qual era o sinal de Serena se ela encontrasse alguém.

Todos os meus pensamentos foram abafados por um grito familiar, mas este vinha de uma voz masculina, demorei algum tempo a perceber que era de Marlon.

Fiquei preocupado, a pensar no que Marlon poderia estar a fazer aqui, enquanto corria até ele. Foi então que vi Marlon a ser perseguido por um Pokémon semelhante a Garchomp.

Imediatamente, ordenei a Lucario para sair da Pokébola e pedi-lhe para usar um ataque e ele usou o mesmo ataque da última vez.

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Marlon viu-me e um sorriso iluminou a sua cara por alguns segundos, felizmente, desviou-se do movimento de Lucario e o ataque acertou em cheio no Pokémon semelhante a Garchomp.

O momento seguinte surpreendeu-me imenso, o Pokémon caiu no chão e dez segundos depois disso, começou a brilhar e transformou-se num Garchomp normal, percebi que isso também devia ter acontecido aos outros Pokémon que derrotei quando voltei a correr e a outra luz brilhou nas minhas costas.


#445: Garchomp
Ataques: ???
Gênero: ???

Aproximei-me do Pokémon, mas não pedi a Lucario para voltar à Pokébola, caso Garchomp me atacasse.

O Pokémon estava definitivamente derrotado, eu continuava perplexo com a sua transformação súbita, reparei que ao lado do Pokémon encontrava-se uma pequena pedra, que eu decidi guardá-la na minha mala.

Marlon aproximou-se de mim, interrompeu-me e disse:
-O que é que se passou com o Pokémon?! Ele era um monstro e de repente transformou-se em Garchomp e…
-MAS QUAL FOI A TUA IDEIA?! – Exclamei eu, interrompendo a pergunta de Marlon – Tu podias ter morrido!
-As tuas palavras inspiraram-me, eu percebi que tinha de salvar as pessoas que estavam aqui. – Disse Marlon a olhar para mim.

Decidi ignorá-lo e voltei a analisar Garchomp, tinha escrito num dos seus espinhos as letras “GE”, lembrava-me que já tinha visto essas duas letras em algum lado, mas não conseguia lembrar-me onde.
-Henri, tenho uma ideia… – Disse Marlon, num tom de voz baixo e solitário.
-O quê? – Perguntei eu.

– Se todos os Pokémon semelhantes a Garchomp transformarem-se em Garchomp quando perdem a batalha, podemos derrotar todos e assim podes salvar a cidade, visto que o Garchomp parece ficar normal quando está na sua forma habitual. – Disse ele, enquanto gesticulava o seu raciocino.
-Isso é um ótimo plano! – Disse eu, pensando que assim poderia salvar a criança e ajudar a cidade ao mesmo tempo.

Quando eu e Marlon estávamos prestes a sair, decidi capturar o Garchomp para me certificar que ele não voltaria a causar problemas.

Tentei começar a correr, mas estava completamente cansado, por isso, pedi a Marlon para andar mais vagarosamente.

Enquanto caminhava, uma imagem passou pela minha cabeça, estava desfocada, por isso não consegui compreender o que a minha mente me estava a tentar dizer.

56

Algum tempo depois, já tinha derrotado 46 Pokémon com o Lucario e Marlon tinha derrotado 1 Pokémon com o Dewott.

Olhei para o relógio, eram 5:30, todos os Pokémon semelhantes a Garchomp começavam a sair da cidade e as luzes das casas começavam a acender-se.

Reparei que as feridas que Marlon fizera naquela noite eram graves, por isso, fui até a casa dele para tratar-lhe das feridas.

2

Quando cheguei a casa de Marlon e comecei a limpar o sangue das feridas dele, sentia-me inquieto e com receio de que tivesse acontecido alguma coisa com Serena e desejava que ela tivesse encontrado a criança.
-Não sabia que tinhas um Lucario… – Informou-me Marlon.
-Encontrei uma rapariga chamada Serena que me emprestou este Pokémon… – Disse eu.

Marlon ficou espantado e fez uma pergunta retórica:
-A Serena está nesta cidade?
-Tu conheces a Serena? – Perguntei eu.
-Sim, Henri, ela era uma grande amiga… – Suspirou ele.
-Como é que tu sabes o meu nome? – Perguntei.
-Receio que aches que eu sou louco se eu te disser a verdade. – Comentou Marlon.

Antes de conseguir responder, Serena abriu a porta da casa, com uma rapariga e um rapaz ao lado dela.

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O rapaz tinha o cabelo loiro, usava óculos gigantes e vestia um macacão que variava entre os tons azuis e amarelos, possuía uma mochila cheia de aparelhos electrónicos.

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A rapariga era ainda uma criança, estava a vestir uma camisola castanha com um laço preto, uma saia curta e sapatos cor-de-rosa.

-Olá! O meu nome é Clemont e a minha irmã chama-se Bonnie. – Apressou-se o rapaz loiro a dizer e depois apontou para Serena – A rapariga que salvou a minha irmã, disse-me que tu também estavas a tentar salvá-la, por isso, a Bonnie pediu-me para te vir agradecer.

De repente, Bonnie agradeceu-me.

Não sabia o que dizer, por isso, mantive-me calado e envergonhado.

Assim que Clemont reparou nas feridas de Marlon, despediu-se e fechou a porta da casa, deixando-me a mim, a Marlon e a Serena sozinhos.
-Como é que sabias que eu estava em casa de Marlon? – Perguntei eu, dirigindo-me a Serena.
Reparei que ela e Marlon trocaram olhares discretos, mas Serena acabou por dizer:
-Foi apenas um palpite…

Entreguei-lhe a Pokébola de Lucario, mas Serena disse que podia ficar com ele.

Percebi que algo estava errado, nenhuma pessoa era capaz de entregar o seu Pokémon a um perfeito estranho assim tão facilmente.
-Pessoal, existe alguma coisa que me estão a esconder? – Perguntei eu.

Serena olhou para mim com os olhos vidrados em lágrimas e disse:
-Henri, eu sei que tu não vais acreditar, mas a verdade é que quando passas pelo nevoeiro da Mirage Island para saíres da ilha, esqueces-te de todo o tempo que tiveste aqui. Nesta ilha é impossível envelhecer, mas cada minuto que passas aqui é um minuto que perdes fora da ilha.

Achei que Serena estava louca, mas ela parecia estar a falar verdadeiramente, por isso, decidi dar-lhe uma oportunidade.
-Tu já estiveste aqui e fizeste algumas amizades, incluindo eu e Marlon, mas tu e o teu irmão fizeram coisas horríveis, tivemos de te fazer abandonar a ilha para te esqueceres do teu passado negro.

Estremeci, como é que eu poderia ter feito algo horrível?

Assim que reparei que ela tinha mencionado o meu irmão perguntei:
-O meu irmão está na ilha? Onde? Em que lugar? Porquê?

Percebi o que aquela imagem na minha mente simbolizava, eu já estivera ali com o meu irmão gémeo, Calem.
-Henry… aquele Lucario era do teu irmão e a verdade era que ele te tinha dado como recordação… – Disse Serena com um olhar sombrio.
-Como recordação do quê? – Perguntei eu.
-O teu irmão… – Disse Marlon – O teu irmão faleceu!

Continua…

Agradecimentos a:
-Cooltext (Logo)
-Tiago, por uma das imagens

Fonte de algumas imagens:
-HassanAlHajry (Canal de Youtube)

Nota do escritor:
Espero que tenham gostado pessoal! O que acharam deste capítulo?

Peço desculpa se acharam que alguns aspectos da Fanfic estão a avançar demasiado rápido, mas garanto que ainda existem muitas coisas para revelar.

Espero ter conseguido fazer com que ficassem surpreendidos com o final do capítulo. ^^

Creio que, por enquanto, a história está a ter um ambiente um pouco negro e triste, mas daqui a alguns capítulos a história irá ter um momento mais “leve”, apesar de os mistérios continuarem.

Já tenho aqui a lista do nome dos próximos três capítulos:
Capítulo 3 – Memórias
Capítulo 4 – Archer
Capítulo 5 e 6 – Aura

O capítulo 5 e 6 irão ser lançados na mesma semana, visto que estive a pensar e percebi que não ficaria bem na história parar a meio do quinto capítulo, visto que o capítulo 5 e 6 irão encerrar a “Primeira Fase” da Fanfic.

Neste capítulo não houve nenhuma curiosidade, por isso, fiz uma pequena ficha com todos os personagens da Fanfic.

É tudo pessoal! Até dia 20!

Capítulo 1 – Huntail

Capítulo 3 – Memórias

8 thoughts on “Capítulo 2: Serena

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